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2020試題及建議答案-葡文A

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Academic year: 2021

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Exame Unificado de Acesso (Línguas e Matemática) às Quatro Instituições

do Ensino Superior de Macau

Exames e Resposta do Ano 2020

(2)

2 Leia o Texto A com atenção:

Texto A

Alain de Botton tem escrito e reflectido sobre o trabalho – o filósofo do quotidiano é autor do livro Alegrias e Tristezas do Trabalho, publicado pela Dom Quixote, onde faz uma reflexão acerca da importância das profissões para a nossa identidade.

Quando o encontrámos de manhã, em Belém, o filósofo planeava falar de algumas ideias sobre como viver de forma mais sábia, sobre o conceito de sabedoria e sobre alguns dos desafios que os seres humanos hoje enfrentam no trabalho e nas relações. Centrámos a nossa conversa no Estado Social, na reforma e na velhice.

O trabalho é hoje um dos grandes problemas mundiais: não há empregos suficientes, há uma taxa de desemprego brutal. Por outro lado, as pessoas estão a reformar-se mais tarde, os apoios sociais para o desemprego e reformados diminuem. O que devemos reinventar, o Estado Social ou o mercado de trabalho?

Há duas coisas que é preciso inventar: como é trabalhar e como é não trabalhar? Há, de alguma forma, uma visão negativa dos dois. Por um lado, a ideia que se trabalha imenso, que não se gosta necessariamente daquilo que se faz mas tenta-se sobreviver, a ideia de uma espécie de escravatura moderna. E há a visão de não trabalhar como humilhante, sem qualquer estatuto, sem qualquer função na sociedade, de um ser humano completamente inútil, que de alguma forma deveria morrer porque não desempenha qualquer papel. Isto é muito pessimista e negro, não acho que tenha de ser assim. Somos uma sociedade muito focada no trabalho, a primeira coisa que alguém pergunta quando nos conhecemos é: ‘O que fazes?’ De acordo com a resposta é-se uma pessoa importante ou não. Isto é um dos desafios da reforma: como é que se leva as pessoas a pensar que não trabalhar não é o fim do ser humano e que há muitos lados dos seres humanos que têm a ver com mais do que apenas trabalhar?

Isto é sobre mudança de valores. Adoptámos, em muitas partes do mundo, muitos dos valores americanos onde o trabalho está no centro. Mas estes valores não funcionaram, são problemáticos. Neste momento, em Portugal as pessoas pensam que têm sido demasiado portuguesas, que precisam de ficar mais americanas: é preciso despedir pessoas, serem mais produtivos, diminuir o Estado. Mas vamos ter que procurar respostas em sítios muito diferentes, acho que vamos ter que criar nuances na nossa atitude em relação ao dinheiro e ao trabalho.

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3 Como?

Bom, é como se estivesse aqui sentado há 50 anos e dissesse: temos que mudar a nossa atitude em relação às mulheres, as mulheres não são criaturas que têm filhos, ficam em casa e morrem. E você podia perguntar-me: como é que essa mudança vai acontecer? A resposta não é apenas uma coisa, não há um botão mágico que se pressione. Mas é uma mudança de valores, que significa imensas coisas: para mim como escritor, para outras pessoas como gestores, pais, membros de famílias. São mudanças enormes nas sociedades. Estamos a pensar em ajustar o capitalismo e o capitalismo como o conhecemos agora tem uns 100 anos, por isso precisamos de ser mais espertos a resolver algumas coisas. Para que serve uma empresa? Para que serve o lucro? De quanto lucro precisamos? Qual é a responsabilidade de um empregador para com os seus trabalhadores? Não temos estas respostas, estamos a trabalhar nelas.

Em relação ao Estado Social, há o argumento de que o sistema está a colapsar e relativamente, por exemplo, às reformas, há quem defenda que se deve avançar para um sistema privado. Qual é a sua posição?

Portugal continua a ser um país rico relativamente aos padrões do resto do mundo. A questão é quanto dinheiro é gasto. O Estado Social é uma conquista muito importante e uma ideia muito boa, seria um desastre acabar com ele. Tem problemas, mas são os problemas de uma burocracia enorme que vemos em várias áreas da vida: quando uma coisa se torna muito grande torna-se difícil de gerir. Os políticos debatem-se com a questão de como gerir esta grande máquina. Uns dizem que se acaba com ele e entrega-se ao sector privado. Isto aconteceu em algumas áreas no Reino Unido e percebeu-se que, miraculosamente, o sector privado também é igualmente ineficiente! O que fazemos agora? Tentámos privatizar os comboios e foi um desastre, custava 12 vezes mais do que quando era gerido pelo Governo. Os Estados Unidos têm o sistema privado de saúde: custa cinco vezes mais do que do outro lado da fronteira no Canadá, onde é público. A ideia de que o sector privado é mais eficiente é às vezes verdade, outras não. O problema é como é que se consegue que muita gente trabalhe e seja orgulhosa do que faz, não perca tempo a fazer as coisas de forma ineficiente? As forças armadas é o melhor exemplo de como um grande grupo de pessoas se pode sentir inspirada. Precisamos de aprender com a forma como as forças armadas são motivadas. O que temos é um problema de motivação. Diz-se que Diz-se quer entregar os Diz-sectores públicos aos privados porque o Diz-sector privado tem mais motivação, porque as pessoas são motivadas por dinheiro. O problema não é o sector privado, é a motivação para ter 100 mil pessoas a trabalhar de forma eficaz, juntas. Não há solução mágica.

Temos neste momento um problema com o sistema do social: as pessoas vivem até mais tarde, trabalham até mais tarde; por outro lado, há as taxas mais altas de desemprego

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4 jovem. Alguns dizem que devemos valorizar os mais velhos, outros que se os mais velhos não saem do mercado de trabalho os jovens não têm lugar. Como se resolve isto?

Isto é uma abstracção, não creio que nenhuma organização enfrente esse problema. O verdadeiro desafio é como é que se identifica correctamente a forma como um trabalhador mais velho pode contribuir versus a forma como um jovem pode contribuir. Tradicionalmente, pensamos que os jovens são mais baratos e energéticos, e os mais velhos mais caros mas mais sábios. Será que isso é verdade? O mesmo aconteceu quando as mulheres começaram a entrar no mercado de trabalho: será que uma mulher pode desempenhar as mesmas funções que um homem? Esta era a pergunta de há 30 anos. As respostas modernas mais inteligentes é que sim podem fazer, mas fazem-no de forma diferente. E em alguns sectores são melhores, por exemplo, na banca respondem melhor ao risco. É o mesmo tipo de resposta em relação aos jovens e velhos. Temos de descobrir a juventude e a velhice como categorias de trabalho – não vai ser um ou outro, mas onde é que cada um pode beneficiar uma empresa em quê.

Qual deve ser o papel do Estado e da sociedade em relação à reforma além do suporte financeiro?

Se pensarmos em alguns problemas da reforma eles têm a ver com solidão, perda de estatuto, isolamento, má arquitectura que separa as pessoas e as põe num sítio à parte. Há muitos negócios por fazer que tomarão conta das necessidades das pessoas mais velhas. Como ajudar as pessoas mais velhas e mais novas a relacionarem-se? Antes acontecia naturalmente, porque estavam todos na mesma casa, o que hoje já não acontece – mas não deveríamos pensar nessa possibilidade quando desenhamos casas? Alguns carros podem ser melhores para pessoas mais velhas: quais? Temos que redescobrir as pessoas mais velhas como consumidores e como trabalhadores.

(Fonte: https://www.publico.pt/2012/11/14/sociedade/noticia/alain-de-botton--temos-que-descobrir-a-juventude-e-a-velhice-como-categorias-de-trabalho-1572454).

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5 A. Após a leitura do texto responda às questões de compreensão. (35%)

1. Dê um título ao texto e justifique-o a partir da temática central que nele é tratada. (5%) ___________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________

2. Como é que Alain de Botton descreve a visão do não trabalhar? Justifique a sua resposta indicando cinco frases do texto. (6%)

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6 3. O que é que o filósofo pensa sobre o foco da vida das pessoas ser no trabalho? (6%)

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4. Qual é a posição de Alain Botton relativamente ao trabalho dos mais velhos e dos mais novos? (6%) __________________________________________________________________________________ __________________________________________________________________________________ __________________________________________________________________________________ __________________________________________________________________________________ __________________________________________________________________________________ __________________________________________________________________________________ __________________________________________________________________________________ __________________________________________________________________________________ __________________________________________________________________________________ __________________________________________________________________________________ __________________________________________________________________________________ __________________________________________________________________________________ __________________________________________________________________________________

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7 5. Identifique, segundo o autor, os aspetos considerados negativos do Estado Social. (6%)

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6. No texto, Alain Botton considera que o sector privado é mais eficiente; concorda com esta afirmação? Justifique. (6%) __________________________________________________________________________________ __________________________________________________________________________________ __________________________________________________________________________________ __________________________________________________________________________________ __________________________________________________________________________________ __________________________________________________________________________________ __________________________________________________________________________________ __________________________________________________________________________________ __________________________________________________________________________________ __________________________________________________________________________________ __________________________________________________________________________________ __________________________________________________________________________________ __________________________________________________________________________________

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8 B1. Reescreva as frases seguintes, substituindo os elementos sublinhados pelos que se encontram entre parênteses e a negrito e faça as modificações adequadas. (15%)

1. (Depois de) “Quando o encontrámos de manhã, em Belém, o filósofo planeava falar de algumas ideias”. (8%) ___________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________

2. (alguma coisa) “Há duas coisas que é preciso inventar”. (7%)

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B2. Transforme a frase seguinte, fazendo-a preceder por lamento que. (15%)

“O mesmo aconteceu quando as mulheres começaram a entrar no mercado de trabalho”

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C. Redija um texto de carácter argumentativo com base na frase: “A importância das profissões para a nossa identidade” (400 – 600 palavras) (35%).

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Resposta:

A

1. Dê um título ao texto e justifique-o a partir da temática central que nele é tratada. (5%) O texto tece diversas considerações sobre o significado do trabalho na vida das pessoas, não há um título, mas vários títulos possíveis.

Exemplo: 1. Viver para além do trabalho 2. O papel do trabalho na felicidade 3. Do trabalho ao significado da vida 4. Estado Social e mercado de trabalho 5. O trabalho e a finalidade do ser humano

2. Como é que Alain de Botton descreve a visão do não trabalhar? Justifique a sua resposta indicando cinco frases do texto. (6%)

Alain de Botton descreve a visão de não trabalhar como tendo um estatuto negativo, “humilhante”, uma vez que as pessoas se sentem inúteis, sem qualquer função social. Segundo Botton, uma pessoa que não trabalha é vista como “completamente inútil, que de alguma forma deveria morrer porque não desempenha qualquer papel”, “somos uma sociedade muito focada no trabalho, a primeira coisa que alguém nos pergunta quando nos conhecemos é: ‘O que fazes?’”.

3. O que é que o filósofo pensa sobre o foco da vida das pessoas ser no trabalho? (6%) Segundo o filósofo, somos uma sociedade muito focada no trabalho, este é fundamental na vida, mesmo que não se goste do que se faz. De Botton justifica que esta visão é influenciada “por valores americanos, onde o trabalho está no centro”, falando mesmo de uma “espécie de escravatura moderna”. Está provado, segundo de Botton, que estes valores “não funcionam, são problemáticos” e, portanto, deverá haver uma mudança de paradigma.

4. Qual é a posição de Alain Botton relativamente ao trabalho dos mais velhos e dos mais novos ? (6%)

Alain de Botton considera que uns não deverão substituir os outros, que ambos, velhos e novos, podem complementar-se e contribuir para o benefício de uma empresa. O grande desafio é, assim, identificar qual o melhor contributo e benefícios que um trabalhador mais velho e um trabalhador mais novo podem trazer para o trabalho.

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10 5. Identifique, segundo o autor, os aspetos considerados negativos do Estado Social (6%) O autor considera que os aspetos negativos do Estado Social são o facto de terem uma grande burocracia, de ser muito grande, tornando difícil a sua gestão; a sua ineficiência, que leva a que se pense na privatização como uma solução; por último, o autor identifica um problema de motivação no sector público, prejudicial ao bom funcionamento do Estado Social.

6. No texto Alain Botton considera que o sector privado é mais eficiente; esta afirmação é verdadeira ou falsa? Justifique (6%)

Não. Segundo de Botton esta afirmação é falsa. Segundo de Botton está provado por vários casos, por exemplo no Reino Unido e na América, que o sector privado é igualmente ineficiente em termos de gestão e de custos. Além disso, a suposta motivação do sector privado é totalmente assente no factor monetário, o que por si não é o melhor foco de motivação.

B1.

1. (Depois de) “Quando o encontrámos de manhã, em Belém, o filósofo planeava falar de algumas

ideias”. (8%)

“Depois de o termos encontrado de manhã, em Belém, o filósofo planeava falar de algumas ideias”.

2. (alguma coisa) “Há duas coisas que é preciso inventar”. (7%)

“Há alguma coisa que seja preciso inventar”.

B2.

“O mesmo aconteceu quando as mulheres começaram a entrar no mercado de trabalho”

Lamento que o mesmo tenha acontecido (às mulheres) quando as mulheres começaram a entrar no mercado de trabalho.

參考文獻

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