• 沒有找到結果。

模擬試題及建議答案_葡文科-A

N/A
N/A
Protected

Academic year: 2021

Share "模擬試題及建議答案_葡文科-A"

Copied!
5
0
0

加載中.... (立即查看全文)

全文

(1)

 

Exame Unificado de Acesso (Línguas e Matemática) às Quatro Instituições

do Ensino Superior de Macau

Modelo

(2)

Exame unificado de acesso

(Línguas e Matemática) às 4 Instituições do Ensino Superior

Disciplina: Português A Ano Lectivo 20_____ / 20_____ Data do Exame: _______/________/_______ Hora do Exame: ___________ a ____________ Número de Candidato: _______________________________________________ Instruções:

1. Número total de páginas _____ (incluindo a folha de rosto). 2. Não é permitido o uso de qualquer dicionário durante o exame. 3. Exame sem consulta.

(3)

Identidade e Mudança

A crise actual vai talvez tocar num aspecto da nossa vida que, aparentemente, nada tem a ver com ela: o sentimento da identidade (individual e nacional). Até agora, vivíamos recolhidos em nós, protegendo-nos ainda contra os embates de um “fora” que não pára de nos invadir – a União Europeia (UE). Apesar das perdas, aqui e ali, de soberania, o ganho da adesão à EU foi sentido como largamente positivo pela população.

Tanto mais que essas perdas não destruíram o nosso “cantinho” familiar, a nossa maneira de viver, a nossa intimidade, quer dizer o modo como gostamos e nos detestamos a nós mesmos, aos outros e ao nosso país. A Europa continua a estar “lá fora”, o que preserva o nosso “dentro”. Um “lá fora” que nunca foi realmente um “fora” no sentido de uma força exterior que nos afecta e nos obriga a mudar. A “Europa” não faz ainda parte da experiência vivida quotidiana dos portugueses.

Eis que o nosso território foi abalado pela globalização, para além da Europa. A ameaça total que pesa sobre as nossas vidas, sobre as famílias, sobre o emprego, sobre a educação, sobre a saúde – para não falar do espectro da falência do Estado – obriga-nos a descobrir a dependência radical do nosso país relativamente ao resto do mundo.

Ser português já não protege. A vacina identitária que nos manteve imunes às doenças do mundo por tantas décadas acaba de falhar. Por isso, os nossos ministros insistem tanto nas especificidades do nosso sistema financeiro: ser português é ainda vantajoso. Mas como o descalabro do sistema já não é dissimulável, eles têm também de assinalar a gravidade da crise e a nossa particular debilidade. E aí, a reacção das pessoas pode tornar-se excessiva: nascer português é um azar do destino.

Curiosamente, a crise planetária veio pôr a nu as aporias com que se debate a consciência identitária de uma pequena nação que conta pouco ou nada na economia global. As aporias, de resto, fazem parte da nossa identidade, sempre em crise. Identidade que se define, pois, pela crise identitária, e que se supera por uma nova tensão crítica, ao afirmar uma hiperidentidade face à falha que a crise revela. E assim surge uma nova aporia…

Um dos traços dessa identidade é a capacidade que temos de viver o local como global. Trata-se de uma questão de alcance da percepção. O nosso território mental é limitado, e as suas fronteiras muralhas que nos reenviam a nossa imagem, o que nos permite reconhecer-nos imediatamente. Por isso essa percepção se reduz a uma identificação empobrecida – mas com imensos benefícios secundários, como a segurança fácil, as rotinas apaziguadoras e a paz de espírito que nos traz a ausência de dúvidas sobre o sentido da vida. Pequeno território, percepção de curto alcance, reconhecimento autocomplacente da nossa imagem constituem condições do fechamento de nós em nós – e parâmetros da nossa identidade.

Tudo isto está a esboroar-se, com a crise global e a acelerar bruscamente o processo. Adquirir uma percepção de longo alcance, sentir ao longe prolongamentos da nossa existência local, exige um esforço doloroso. É abrir portas ao desconhecido, a encontros inesperados, a emoções e afectos excessivos (tornar-se “angustiado” ou “entrar em pânico” deixando de “estar triste” ou “saudoso” – nas expressões usuais do léxico comum – implica uma mudança radical no clima afectivo de uma sociedade). É a ameaça psicótica de não ter limites espaciais corporais. De perder a imagem de si, ou a identidade. De desaparecer, enfim.

(4)

A. Responda às questões sobre o texto. (35%)

1. “Até agora, vivíamos recolhidos em nós, protegendo-nos ainda contra os embates de um “fora” que não pára de nos invadir – a União Europeia (UE).” Tendo em conta o assunto do texto, como interpreta o valor do advérbio ainda?

O advérbio ainda traduz a importância das especificidades territoriais e culturais do país. Essas especificidades traduzem-se, segundo o texto, em alguma relutância em assimilar o que vem do exterior.

2. “A Europa continua a estar “lá fora”, o que preserva o nosso “dentro”.” Em sua opinião, o que é que esta afirmação revela relativamente à cultura portuguesa? Justifique a sua resposta.

Esta afirmação revela que o pendor tradicionalista e fechado da cultura portuguesa e também uma distância em relação ao exterior.

3. De acordo com o articulista, qual a relação entre o individual e o colectivo na cultura portuguesa? Justifique a sua resposta retirando do texto expressões que ilustrem essa relação.

A relação entre o individual e o colectivo na cultura portuguesa é conflituosa, na medida em que o indivíduo reconhece em si e no colectivo as falhas de uma resistência a mudanças, reconhecendo, porém, a importância que as mudanças possam ter para o individual e para o colectivo. Esta dualidade conflitual está expressa, por exemplo, no seguinte excerto do texto:

“Tanto mais que essas perdas não destruíram o nosso “cantinho” familiar, a nossa maneira de viver, a nossa intimidade, quer dizer o modo como gostamos e nos detestamos a nós mesmos, aos outros e ao nosso país.”

4. “Curiosamente, a crise planetária veio pôr a nu as aporias com que se debate a consciência identitária de uma pequena nação (…).” Sabendo que “aporia” pode significar: “dificuldade de escolher entre duas opiniões contrárias, hesitação, dúvida”, qual a razão do seu uso pelo articulista, tendo em conta o contexto?

O articulista usa a palavra aporia para caracterizar a crise identitária que identifica na cultura portuguesa dos dias de hoje.

5. Que relação é que o articulista estabelece entre espaços físicos e identidade? Justifique a sua resposta.

O articulista usa a noção do “dentro” e “fora” físicos para caracterizar a forma como a cultura portuguesa se revê na sua “intimidade”, como afirma o articulista, e também na sua, por vezes difícil relação com os espaços exteriores a essa própria “intimidade”. O “dentro”, ainda que inevitavelmente integrado num espaço mais alargado, não deixa de ser visto como um escudo protector e como uma particularidade da identidade portuguesa.

(5)

6. Em sua opinião, e de acordo com a informação do texto, qual o problema principal da identidade dos portugueses?

O problema principal da identidade portuguesa parece ser o constante conflito entre assumir-se como diferente, tendo, contudo, a consciência de que é impossível resistir ao tempo no fechamento da “intimidade” e do “dentro”.

7. “Tudo isto está a esboroar-se, com a crise global e a acelerar bruscamente o processo.” Qual o significado desta afirmação no contexto? Justifique a sua resposta.

A citação do texto revela a incapacidade da cultura portuguesa em manter-se isolada de um mundo global.

B. Reescreva as frases seguintes sem lhes alterar o sentido. (30%)

1. “(…) o ganho da adesão à EU foi sentido como largamente positivo pela população.” A população sentiu o ganho da adesão à EU como largamento positivo.

2. “ Tanto mais que essas perdas não destruíram o nosso “cantinho” familiar, a nossa maneira de viver, a nossa intimidade (…)”

Ainda que essas perdas não tenham destruído o nosso “cantinho” familiar, a nossa maneira de

viver, a nossa intimidade.

3. “Tudo isto está a esboroar-se, com a crise global e a acelerar bruscamente o processo.” Se a crise global não estivesse a acelerar bruscamente o processo, nada disto se esboroaria.

C. Redija um texto no qual reflicta sobre as questões inerentes à identidade dos povos tendo em conta os contextos sociais e políticos do mundo actual. (35%)

參考文獻

相關文件

Considerando que a evolução demográfica se processa continuadamente, para poder conhecer com vigor a população total nos períodos em que não se procede a estas grandes

As posições 41.04 a 41.06 não compreendem os couros e as peles que tenham sido submetidos a uma operação de curtimenta (incluindo a pré-curtimenta) reversível (posições 41.01

Nos quadros os totais não perfazem o somatório de todos os valores, devido a arredondamentos Figures may not add up to the total stated due to rounding in

Os totais não perfazem o somatório de todas as suas parcelas, devido a arredondamentos Resultado inferior a metade da unidade adoptada Dado revisto Não aplicável

Os totais não perfazem o somatório de todas as suas parcelas, devido a arredondamentos Resultado inferior a metade da unidade adoptada Dado revisto Não aplicável Valor

O montante global do crédito atribuído ao sector da construção e obras públicas, e a particulares para aquisição de habitação própria, situou-se nos 20 696 milhões de patacas,

Remunerações médias dos trabalhadores residentes e não residentes remunerados a tempo completo, segundo o sexo e a profissão - excluídos os subsídios de férias e Natal, os

Remunerações médias dos trabalhadores residentes e não residentes remunerados a tempo completo, segundo o sexo e por profissão - excluídos os subsídios de férias e Natal, os